Conquistar a cidadania italiana é o sonho de muitos brasileiros que têm raízes na Itália — seja por descendência, casamento ou até por tempo de residência. Mas o processo pode ser longo, burocrático e cheio de detalhes. Por isso, ter um guia completo sobre os passos sobre Como Solicitar a Cidadania Italiana pode fazer toda a diferença no seu planejamento.
Neste artigo, vamos explicar de forma clara, objetiva e rica em detalhes quais são os tipos de cidadania italiana, os documentos exigidos, etapas do processo, custos envolvidos e dicas práticas para aumentar suas chances de sucesso. Seja você um iniciante nesse tema ou alguém já avançado na pesquisa, aqui você encontrará um conteúdo direto ao ponto, mas com a profundidade que o assunto merece.
1. Entendendo os tipos de cidadania italiana
Antes de dar início ao processo de solicitação da cidadania italiana, é essencial entender bem os tipos existentes. Isso vai te ajudar a identificar qual é o caminho correto a seguir, já que cada modalidade tem regras e procedimentos diferentes. Pode parecer confuso no começo, mas com um pouco de paciência tudo começa a fazer sentido.
Se você deseja Morar na Itália, a cidadania italiana pode ser adquirida de várias formas, e entender isso vai evitar que você perca tempo com processos que não se aplicam ao seu caso. A seguir, vamos te mostrar os tipos mais comuns de cidadania italiana e te explicar, de maneira simples, como cada uma funciona.
1.1. Cidadania italiana por descendência (jus sanguinis)
Esse é o tipo mais comum entre brasileiros que desejam obter a cidadania italiana. O princípio do jus sanguinis (direito de sangue) significa que, se você tem antepassados italianos, pode ter direito à cidadania italiana por herança.
A boa notícia é que não há limite de gerações para solicitar esse tipo de cidadania. O que realmente importa é comprovar a ligação direta com o antepassado italiano e mostrar que a cidadania não foi perdida ao longo das gerações. Ou seja, se o seu bisavô era italiano, por exemplo, você pode sim solicitar a cidadania, desde que consiga reunir todos os documentos necessários.
No entanto, há um detalhe importante: se houver uma mulher na linha de transmissão da cidadania, e o filho dela tiver nascido antes de 1º de janeiro de 1948, talvez seja necessário entrar com um processo judicial, pois até essa data as mulheres italianas não tinham direito de passar a cidadania aos filhos. Mas não se preocupe, pois essa situação tem solução — e muitos brasileiros têm conseguido a cidadania por essa via judicial.
1.2. Cidadania italiana por casamento
Se você é casado com uma pessoa que já é cidadã italiana, também pode ter direito à cidadania. Essa é uma das formas mais práticas de conseguir o reconhecimento, mas exige alguns pré-requisitos.
Para começar, é necessário que o casal esteja oficialmente casado (uniões estáveis não são aceitas para esse fim) e que o cônjuge italiano já tenha a cidadania reconhecida. Além disso, o tempo mínimo de casamento varia: se o casal mora fora da Itália, são exigidos pelo menos dois anos de casamento; se morarem na Itália, o tempo cai para um ano — desde que não haja filhos. Caso o casal tenha filhos em comum, esse prazo é reduzido pela metade.
Outro ponto importante é que será necessário apresentar certidão negativa de antecedentes criminais, além de comprovar conhecimento da língua italiana no nível B1. Esses requisitos fazem parte do processo para garantir que o solicitante esteja integrado à cultura e à sociedade italiana.
1.3. Cidadania italiana por naturalização
A cidadania por naturalização é voltada principalmente para estrangeiros que moram legalmente na Itália há bastante tempo. Esse tipo de cidadania exige residência contínua no país por um período mínimo, que varia conforme a nacionalidade e o status da pessoa.
Por exemplo, cidadãos de países da União Europeia precisam residir na Itália por pelo menos quatro anos, enquanto cidadãos de fora da UE, como os brasileiros, precisam de dez anos de residência legal. Durante esse período, é essencial manter os documentos em ordem e não ter problemas com a Justiça.
Além do tempo de residência, a pessoa precisa comprovar que está integrada social e economicamente à vida na Itália. Isso significa apresentar comprovantes de renda, declaração de impostos e outros documentos que provem sua estabilidade. Também será necessário demonstrar conhecimento da língua italiana e passar por análises rigorosas por parte do governo.
1.4. Cidadania italiana por nascimento em solo italiano (jus soli restrito)
Diferente de países como os Estados Unidos ou o Brasil, a Itália não concede automaticamente a cidadania para quem nasce em seu território. No entanto, há exceções e situações em que isso pode acontecer, o que é conhecido como jus soli restrito.
Uma criança nascida na Itália, por exemplo, de pais estrangeiros que residem legalmente no país, pode solicitar a cidadania italiana ao completar 18 anos — desde que tenha vivido de forma contínua no território italiano desde o nascimento. Esse é um caso mais raro, mas muito importante para famílias que imigraram e criaram seus filhos no país.
Além disso, há casos específicos em que o Estado italiano concede a cidadania para apátridas (pessoas sem nacionalidade) ou em situações humanitárias. Mas, em geral, o nascimento em solo italiano por si só não garante a cidadania, diferentemente do que muita gente acredita.
1.5. Cidadania italiana por adoção
A adoção também é um caminho legítimo para a cidadania italiana. Porém, é importante saber que as regras variam dependendo da idade da pessoa no momento da adoção.
Se a criança for menor de idade e for adotada por um cidadão italiano, ela adquire automaticamente a cidadania. Esse processo é bem direto e segue as normas do Código Civil italiano. Já no caso de maiores de 18 anos, a situação muda: a cidadania só poderá ser obtida por meio de naturalização, com os mesmos requisitos já mencionados anteriormente.
Vale destacar que o reconhecimento da cidadania por adoção só é válido quando o processo de adoção foi legalizado segundo as leis italianas ou reconhecido por elas. Portanto, adotar um adulto no Brasil não significa, automaticamente, que essa pessoa terá direito à cidadania italiana. Cada caso precisa ser analisado com atenção.
Esses são os principais tipos de cidadania italiana. Agora que você já entende melhor como cada um funciona, fica muito mais fácil identificar qual é o caminho mais adequado para o seu perfil. Cada tipo tem seus prós e contras, e o sucesso do processo depende de conhecer essas diferenças e se preparar bem para seguir os trâmites exigidos.
Se você está começando agora a busca pela cidadania, essa é a base de tudo. No próximo tópico, vamos explorar os critérios para saber se você realmente tem direito à cidadania italiana e quais documentos começar a procurar.
2. Verificando se você tem direito à cidadania italiana
Nem todo mundo com sobrenome italiano tem direito automático à cidadania. Por isso, é importante verificar a linhagem familiar com atenção.
Regras gerais para cidadania por descendência:
- A cidadania passa de pai para filho sem interrupção, desde que não tenha havido renúncia.
- A mulher só pôde transmitir a cidadania a partir de 1948. Antes disso, se o filho nasceu antes dessa data, o processo precisa ser judicial.
- Naturalizações e casamentos mistos também podem influenciar o direito.
É essencial montar a sua árvore genealógica, buscar as certidões de nascimento, casamento e óbito dos antepassados italianos e conferir se há alguma quebra no direito de transmissão.
3. Como Solicitar a Cidadania Italiana: Reunindo a documentação
Sobre Como Solicitar a Cidadania Italiana, essa é uma das etapas mais importantes — e trabalhosas — do processo. A documentação exigida depende do tipo de cidadania, mas alguns documentos são comuns à maioria dos casos.
Documentos principais para cidadania por descendência:
- Certidão de nascimento do italiano (em italiano, formato internacional).
- Certidões brasileiras de nascimento, casamento e óbito (todas em inteiro teor).
- Certidões negativas de naturalização (CNN) emitidas pelo Ministério da Justiça.
- Traduções juramentadas para o italiano.
- Apostilamento de Haia em todos os documentos estrangeiros.
Organize os documentos com antecedência e atenção, pois qualquer erro ou inconsistência pode atrasar (ou até inviabilizar) o processo. E não se esqueça: o tempo de emissão e tradução pode variar bastante entre estados e cartórios.
4. Onde dar entrada no pedido de cidadania italiana
Uma das dúvidas mais comuns entre quem busca o reconhecimento da cidadania italiana é: “Onde exatamente devo dar entrada no meu pedido?” E essa pergunta faz todo sentido, já que o local onde o processo é iniciado pode influenciar diretamente nos prazos, exigências e até na complexidade da documentação.
Na prática, existem algumas formas diferentes de iniciar o processo, dependendo do tipo de cidadania que você está buscando. A boa notícia é que você pode escolher entre fazer isso no Brasil, diretamente na Itália, por via judicial ou até mesmo por meio de representações diplomáticas. Abaixo, explicamos cada uma dessas opções com detalhes.
4.1. Pelo consulado italiano no Brasil
Se você ainda está morando no Brasil e deseja solicitar a cidadania por descendência (jus sanguinis), a porta de entrada é o Consulado da Itália responsável pela sua região.
O processo começa com a inscrição em uma lista de espera, que infelizmente pode ser bem demorada — em alguns consulados, a fila pode levar anos. Por isso, é essencial entrar no site do consulado correspondente à sua jurisdição, entender o passo a passo e começar o quanto antes. Os principais consulados ficam em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte.
A vantagem de fazer tudo pelo Brasil é que você não precisa sair do país, e pode preparar a documentação com mais calma. Por outro lado, é necessário ter muita paciência com os prazos e estar atento aos prazos para envio dos documentos, pois qualquer erro pode atrasar ainda mais o processo.
4.2. Diretamente na Itália (via residência)
Uma alternativa cada vez mais comum é fazer o processo diretamente na Itália, por meio da fixação de residência em uma comuna (cidade italiana). Esse caminho costuma ser bem mais rápido que o processo consular no Brasil, especialmente se a documentação estiver correta e completa.
Para isso, você precisa viajar para a Itália como turista e estabelecer residência legal em uma cidade, onde dará entrada no pedido junto ao Ufficio di Stato Civile da Comune. A partir daí, a prefeitura vai validar sua residência, conferir os documentos e abrir o processo administrativo. A resposta costuma sair entre 3 e 6 meses, embora possa variar de uma cidade para outra.
Essa opção exige planejamento, como ter um local de moradia comprovado, traduzir e apostilar os documentos corretamente e lidar com a burocracia local. Mas para quem tem disponibilidade de tempo e recursos, é uma excelente alternativa para acelerar o reconhecimento.
4.3. Por via judicial na Itália
Quando há obstáculos legais que impedem o reconhecimento da cidadania por via administrativa, uma das saídas é o processo judicial na Itália. Isso acontece, por exemplo, nos casos das chamadas linhas maternas antes de 1948 — quando a mulher italiana não pôde transmitir a cidadania aos seus filhos por conta da legislação da época.
Nesse tipo de situação, o caminho é entrar com uma ação judicial em um tribunal italiano, representado por um advogado especializado. O processo ocorre mesmo sem você estar fisicamente na Itália, o que facilita bastante para quem não pode viajar no momento.
Apesar de ter um custo maior e envolver advogados, essa via tem se mostrado muito eficiente. Muitos brasileiros têm conquistado a cidadania dessa forma, especialmente com o aumento das decisões favoráveis nos tribunais italianos. O importante é contar com uma assessoria jurídica de confiança para cuidar de todo o trâmite.
4.4. Pela embaixada ou consulado italiano em outros países
Outra possibilidade interessante, que poucas pessoas conhecem, é dar entrada no processo fora do Brasil e da Itália, especialmente se você estiver morando em outro país.
Se você mora, por exemplo, na Alemanha, Portugal ou em algum outro país onde existe uma representação consular da Itália, também é possível iniciar o processo por lá. As regras são semelhantes às dos consulados no Brasil, mas em alguns casos o tempo de espera pode ser menor — tudo depende da demanda local e da organização do consulado.
Essa opção é válida principalmente para brasileiros que já moram legalmente em outro país europeu e preferem não se deslocar até a Itália. Como sempre, é essencial entrar em contato com o consulado responsável para confirmar os procedimentos atualizados.
4.5. Com o apoio de assessorias especializadas
Por fim, uma alternativa que vem crescendo é buscar ajuda de empresas e profissionais especializados em cidadania italiana. Essas assessorias atuam como facilitadoras, oferecendo suporte em todo o processo — desde a busca por certidões até a entrega final do reconhecimento.
Elas podem ajudar tanto no processo via consulado, quanto no processo via residência na Itália ou até mesmo na via judicial. Algumas assessorias, inclusive, oferecem pacotes completos com moradia temporária, agendamento de comuni, e tradutores juramentados.
Apesar de representar um custo extra, contar com esse apoio pode ser o diferencial entre um processo travado por erros e um reconhecimento tranquilo e eficiente. Claro, é fundamental escolher empresas sérias, com experiência e boas avaliações.
Como deu pra ver, existem vários caminhos para dar entrada no pedido de cidadania italiana. A melhor escolha vai depender do seu perfil, da sua disponibilidade de tempo, dos seus recursos e do tipo de cidadania que você está buscando. O importante é se organizar com antecedência e entender bem cada possibilidade antes de decidir.
Se você está começando agora, o ideal é listar os seus documentos disponíveis, analisar sua linha de descendência e buscar orientação para identificar qual via se aplica melhor ao seu caso.
5. Como funciona o processo nos consulados italianos no Brasil
O caminho mais comum entre os brasileiros é solicitar a cidadania nos consulados italianos espalhados pelo país. Mas aqui, é preciso ter paciência.
Etapas no consulado:
- Cadastro no prenota online (sistema para agendar o atendimento).
- Entrega de documentos e pagamento da taxa consular.
- Análise dos documentos pelo setor de cidadania.
- Confirmação da cidadania (em caso de aprovação).
A fila de espera para o atendimento pode levar anos, dependendo da jurisdição do consulado. Durante esse período, é fundamental manter seus dados atualizados e estar atento a comunicados.
6. Fazendo o processo direto na Itália: vantagens e desafios
Muita gente que sonha em obter a cidadania italiana acaba optando por fazer o processo diretamente na Itália. E isso não é por acaso. Esse caminho, embora exija uma boa dose de organização e coragem, costuma ser muito mais rápido do que o processo via consulado no Brasil, que muitas vezes pode levar anos.
Mas como tudo na vida, essa escolha também vem com desafios. Não basta apenas comprar uma passagem e embarcar: é preciso ter os documentos certos, saber onde se hospedar, entender como funciona a burocracia italiana e lidar com a língua, os prazos e, claro, com os famosos “jeitinhos” do sistema público local.
Para te ajudar a entender melhor como funciona essa jornada, separei aqui os principais pontos que você deve considerar antes de tomar essa decisão. Vamos nessa?
6.1. Por que escolher fazer o processo direto na Itália?
Um dos grandes motivos para optar por fazer tudo direto na Itália é a agilidade. Enquanto no Brasil o processo pode levar 5, 10 ou até 15 anos por conta das longas filas nos consulados, na Itália o reconhecimento pode sair em poucos meses, dependendo da cidade escolhida.
Outro ponto positivo é a possibilidade de acompanhar tudo de perto. Estando presente na comuna (cidade), você tem mais controle sobre cada etapa do processo, pode tirar dúvidas diretamente com os funcionários do comune e resolver qualquer eventual problema de forma mais rápida.
Além disso, fazer o processo por lá te permite vivenciar a cultura italiana desde o início, conhecer suas raízes e até aprender a língua na prática. Para quem pretende morar na Itália ou buscar oportunidades na Europa, essa experiência pode ser extremamente valiosa.
6.2. Documentação: o que levar do Brasil?
Antes de tudo, você precisa reunir os documentos obrigatórios no Brasil e prepará-los para que sejam aceitos na Itália. Isso inclui certidões de nascimento, casamento e óbito de todos os ascendentes na linha italiana, além de documentos pessoais, como passaporte válido.
Essas certidões devem estar no formato inteiro teor, devidamente traduzidas por tradutor juramentado e apostiladas conforme a Convenção de Haia. Sem isso, a prefeitura italiana pode recusar seus papéis e você terá que refazer tudo — o que significa tempo e dinheiro perdidos.
Dica importante: revise tudo com bastante cuidado e, se possível, conte com o apoio de um profissional que entenda do assunto. Uma vírgula errada ou um nome grafado diferente em uma certidão pode travar todo o processo.
6.3. Escolha da comuna: faz diferença?
Faz muita diferença, sim! A cidade onde você vai dar entrada no processo pode influenciar diretamente na rapidez (ou lentidão) do seu reconhecimento.
Cidades menores e menos procuradas por brasileiros costumam ter um atendimento mais ágil, menos burocrático e uma estrutura mais aberta para lidar com esses processos. Já cidades grandes como Roma, Milão ou Nápoles tendem a ter mais demanda, e com isso, processos mais demorados.
Outro ponto importante é que nem toda comuna aceita dar andamento ao processo para qualquer estrangeiro. Algumas podem exigir vínculos com a cidade, como ter familiares por lá ou contrato de aluguel legítimo. Por isso, pesquise bem, converse com pessoas que já passaram por isso e escolha a cidade com estratégia.
6.4. Moradia e comprovação de residência
Para iniciar o processo na Itália, você vai precisar comprovar que está residindo legalmente no país. Isso quer dizer que, ao chegar, é preciso encontrar uma moradia fixa (mesmo que temporária), fazer um contrato de aluguel ou uma declaração de hospitalidade de alguém que esteja te recebendo.
A prefeitura italiana vai enviar um agente para verificar se você realmente está morando no local indicado. Esse é um dos pontos mais delicados do processo, porque se não houver comprovação da residência, seu processo pode ser suspenso.
Existem empresas que ajudam com a documentação da moradia ou oferecem pacotes de residência assistida. No entanto, é importante ter cuidado com propostas suspeitas ou ilegais. Sempre opte por meios seguros e documentados, para evitar problemas com a lei.
6.5. Desafios com o idioma e a burocracia
Vamos ser sinceros: a burocracia italiana pode ser bem complicada, e o idioma muitas vezes vira um obstáculo no meio do caminho. Mesmo que você saiba o básico, os termos técnicos e legais do processo podem confundir bastante.
Durante o processo, você vai precisar lidar com órgãos públicos, preencher formulários, responder questionamentos da prefeitura e, eventualmente, resolver questões inesperadas. Sem domínio da língua ou alguém que te auxilie, essa parte pode gerar bastante estresse.
Por isso, se você não fala italiano, vale muito a pena investir em um tradutor ou até contratar uma assessoria especializada. Outra opção é começar a estudar o idioma com antecedência. Não só vai te ajudar no processo, mas também no dia a dia durante sua estadia no país.
6.6. Custo de vida durante o processo
Um fator que muita gente esquece de considerar é o custo de vida na Itália durante o período em que o processo estiver em andamento. Afinal, você vai precisar se manter no país por alguns meses — com alimentação, moradia, transporte e possíveis taxas administrativas.
Em cidades menores, o custo costuma ser bem mais baixo, o que pode fazer toda a diferença no orçamento. Já nas grandes cidades, o valor do aluguel, por exemplo, pode consumir boa parte dos seus recursos.
É fundamental fazer um bom planejamento financeiro antes de embarcar. Considere uma média de 3 a 6 meses de gastos e tenha uma reserva de emergência, para evitar imprevistos. Com organização, dá para fazer tudo com tranquilidade e sem sustos.
6.7. Vantagens reais de fazer tudo presencialmente
Por mais que exija esforço, fazer o processo presencialmente na Itália tem muitas vantagens. A primeira delas é a rapidez, como já falamos, mas não para por aí.
Você também terá a chance de resolver qualquer pendência na hora, sem precisar esperar por respostas via e-mail ou correio, como acontece com o consulado. Além disso, ao final do processo, você já sai com a cidadania reconhecida e o passaporte italiano pronto para ser solicitado.
Outro ponto é que estar na Itália te permite sentir o país de perto, conhecer melhor suas origens, e até começar a pensar em uma vida nova por lá. É uma experiência intensa, transformadora e que vai muito além do lado burocrático.
Fazer o processo direto na Itália exige planejamento, paciência e organização. Mas para quem deseja acelerar o reconhecimento da cidadania e viver essa jornada de forma mais próxima, pode ser a escolha perfeita. Só não esqueça: informação e preparação são as chaves para que tudo corra bem do início ao fim.
7. O papel do comune e a importância da residência
O comune (equivalente à prefeitura no Brasil) é a autoridade que processa seu pedido de cidadania quando feito na Itália. E a residência legal no local é indispensável.
Como comprovar residência real:
- Contrato de aluguel em seu nome ou carta de hospitalidade.
- Registro na anagrafe (registro de moradores).
- Verificação presencial pelo agente municipal.
Se o comune entender que você está apenas simulando uma residência para fins de cidadania (sem realmente morar lá), seu pedido pode ser negado. Por isso, mantenha provas de que você vive ali, como contas no seu nome, compras locais, etc.
8. Taxas, custos e investimentos no processo
Solicitar a cidadania italiana pode envolver custos consideráveis, principalmente se o processo for feito na Itália ou por via judicial.
Principais gastos envolvidos:
- Traduções juramentadas e apostilas de Haia.
- Taxa consular (300 euros em média).
- Gastos com moradia, alimentação e transporte na Itália.
- Honorários de advogados (no caso de via judicial).
Ainda assim, muitos consideram o investimento válido, já que a cidadania italiana traz benefícios como acesso à União Europeia, trabalho legal na Europa e facilidade de estudos em universidades italianas.
9. Dicas para acelerar e evitar erros no processo
Evitar erros é essencial. Um pequeno detalhe pode gerar atrasos de meses ou até anos. Aqui vão algumas dicas práticas:
Fique atento a:
- Diferenças de nomes entre documentos (ex: “Giuseppe” e “José”).
- Datas de nascimento incorretas.
- Falta de apostilamento ou tradução incompleta.
- Apresentar documentos antigos sem validade.
Dicas úteis:
- Contrate um assessor especializado se possível.
- Faça um checklist completo antes de enviar os documentos.
- Use pastas organizadoras por geração.
- Leia relatos e grupos de apoio online (há comunidades ótimas no Facebook e Telegram).
10. O que acontece após obter a cidadania italiana
Após o tão esperado reconhecimento, você terá direitos como qualquer outro cidadão italiano. Mas ainda há algumas etapas importantes a seguir.
Próximos passos após a cidadania:
- Solicitar o passaporte italiano no comune ou consulado.
- Solicitar o Codice Fiscale (CPF italiano).
- Fazer a transcrição de casamento e filhos (se aplicável).
- Se for viver na Itália, registrar-se no sistema de saúde e no AIRE (registro de italianos no exterior).
Lembre-se: ser cidadão italiano não significa apenas ter o passaporte vermelho — envolve também deveres civis, como manter seus dados atualizados e, em alguns casos, até obrigações eleitorais.
Conclusão
Solicitar a cidadania italiana pode parecer um processo complicado, mas com organização, paciência e informação correta, tudo se torna mais fácil. O mais importante é entender bem o seu caso, reunir a documentação com cuidado e decidir qual caminho faz mais sentido para você.
Ao conquistar a dupla cidadania, você abre portas não só para a Itália, mas para toda a Europa — com oportunidades de trabalho, estudo e qualidade de vida. Se esse é o seu sonho, comece agora mesmo a colocar tudo em prática!